domingo, 8 de outubro de 2017

Livro: CHAPLIN UMA BIOGRAFIA DEFINITIVA - David Robinson

Como eu havia prometido há algum tempo, trago hoje a resenha de uma biografia maravilhosa sobre Chaplin. Já começo dizendo que toda essa demora para finalmente trazê-la foi porque eu resolvi reler todo o livro e anotar em post-its as partes mais importantes, além de marcar com etiquetinhas outras passagens. Levando em conta o fato de o meu primeiro semestre ter sido uma tremenda correria (e amém esse primeiro semestre de 2017 já estar no passado), só agora pude concluir minha releitura.

Sem mais enrolações, vamos à resenha.


Resenha Último Ato!
  • Título original: Chaplin, His Life & Art
  • Autor: David Robinson
  • Editora: Novo Século
  • 790 Páginas
  • 1ª Edição - 2011
Sinopse:
O maior ícone da história do cinema, Charlie Chaplin, viveu uma das mais dramáticas jornadas da pobreza à fama. Sua vida foi marcada por contrastes extraordinários: a criança de um bairro pobre de Londres que se tornou multimilionário; o palhaço cinematográfico que era um perfeccionista compulsivo por trás das câmeras; o astro bajulado que caiu publicamente em desgraça após escândalos pessoais e políticos. Esta biografia, definitiva e atraente, é a única a ter tido acesso irrestrito aos arquivos de Chaplin. A presente edição oferece um variado conjunto de fotos e a mais completa filmografia do gênio. Inclui também novo material revelador acerca dos casamentos de Chaplin, seu caso com a atriz Louise Brooks, a perseguição que ele sofreu do FBI durante a caça aos comunistas, revelando o papel da agência no caso de “prostituição” aberto contra ele, e a importância do filme de Richard Attenborough, Chaplin.



David Robinson é especialista na era do cinema mudo e traz nesse livro bem grandinho - quase 800 páginas - a vida de Charlie Chaplin bem detalhada - e quando digo bem detalhada, eu digo DETALHADA MESMO.

Não é atoa que esta é considerada a biografia definitiva de Chaplin: David começa, no primeiro capítulo, traçando uma linha que começa com os tataravós de Charlie, passando pelo nascimento de seu irmão Sydney e indo até mesmo pelo nascimento de seu outro meio irmão Wheeler Dryden. Conta a vida sofrida que os Chaplin tiveram, quando Hannah, sua mãe, perdeu a voz e não conseguiu se apresentar no teatro que trabalhava.

Uma infância cercada pelo extremo da pobreza, a maturidade cercada pelo outro extremo, nada passa desapercebido pelos olhos de David e de sua pesquisa maravilhosa. Chaplin, um rapaz perfeccionista, tinha sempre em sua vida a sombra daquela triste época em que sua mãe havia sido levada ao hospício e ele sequer tinha o que comer.

Este livro revela o quanto ele foi impulsivo em muitas coisas - mal conhecia uma moça bonita e já dizia a ela que ela poderia ser a Josefina de seu Napoleão no cinema - e talvez isso justifique muitos relacionamentos amorosos que acabaram de forma drástica. Fala também sobre o método de trabalho de Charlie em suas filmagens, trabalho esse que muitas vezes o levava à exaustão.

O livro aborda claramente o processo de divórcio com Lita Grey, o processo de paternidade da filha de Joan Barry (ou Berry), ao qual Chaplin havia feito um exame de sangue que provava não ser o pai de Carol Ann, e mesmo assim ainda perdendo o processo (e foi obrigado a pagar pensão até a menina fazer 21 anos), sem contar a perseguição extrema e sem fundamento que os EUA empreenderam contra ele.

Acusado de pedofilia, comunismo e mais muitas coisas, Charlie finalmente se exila na Suíça com a família, após seu visto de entrada na América ser revogado. E olhem só que ironia: nem depois que faleceu Charlie teve sossego, já que uma dupla (sequestradores bem despreparados) roubaram seu corpo no cemitério.

Cada edição desse livro traz uma capa maravilhosa, surpreendente. 
Eu disse anteriormente que o livro é muito, MUITO detalhado. Mas de forma alguma isso faz dele um livro chato, maçante de se ler. Eu tenho problemas com livros grandes (ter tendinite no punho é uma tristeza), mas mesmo passando uns apertos com a posição de leitura, mal vejo o livro passar. Não é atoa que é minha segunda leitura dele. A escrita de David é sensacional.

Só tenho uns comentários a fazer sobre essa edição que possuo. Comprei-a em 2012, e olha que não foi das minhas compras mais baratas (esse livro aliás continua com um preço um pouco salgado, mas vale a pena pelo conteúdo), porém, preciso falar sobre a edição em si.

Nos capítulos iniciais, está tudo às mil maravilhas. Tradução muito bacana, maravilhoso. Contudo, na medida que se aproxima do final do livro, parece que o editor já não estava lá muito animado. Digo porque há erros em algumas palavras (por exemplo um verbo conjugado erroneamente, que tira o sentido da frase), e em outro exemplo mais específico, na página 630 o parágrafo está simplesmente inacabado. Na página 632 um exemplo semelhante: no fim é iniciado um parágrafo, que é interrompido e na página seguinte este mesmo parágrafo é recomeçado, tendo seu final por lá.

Outro detalhe é que na filmografia, temos só os títulos em português dos filmes. Poderia, pelo menos, logo em frente ao título brasileiro, estar o original entre parênteses, uma vez que dá pra ficar bem perdido se não se conhece os nomes em português.

E vamos combinar, as vezes o nome de um filme no Brasil difere e muito do original. Exemplo disso:
Sim, eu coloquei o título original na frente. Não, com licença, isso não é vandalismo com o livro.
Gentleman of Nerve virou "Carlitos e Mabel assistem às corridas".
Essas, claramente são questões da edição brasileira. Então, voltando ao livro em si.

É uma biografia que eu amo, uma vez que a leitura flui muito facilmente, a riqueza dos detalhes e das curiosidades, etc. Me surpreendi (talvez nem tanto) que tenha gasto 67 etiquetas nessa releitura, fora os post-its. As fotos no livro são maravilhosas também, sem contar a parte de trás do livro que possui uma foto maravilhosa de Chaplin em sépia.

coisa linda.jpg
É um ótimo meio para conhecer mais sobre Chaplin. Essa biografia juntamente com a autobiografia de Chaplin (que também pretendo resenhar futuramente) foram os livros utilizados para a montagem do filme biográfico Chaplin, estrelado por Robert Downey Jr. de 1992. Vale a pena conhecer tanto os livros, quanto o filme (mas vá com cuidado com o filme, há algumas partes que não condizem bem com o que aconteceu).

Por hoje é só, claro que irei reler esse livro de novo futuramente (eu não me canso). Espero que tenham gostado! Nos vemos no próximo!

2 comentários:

  1. Muito boa indicação. Todos sabem da peso dos personagens vividos pelo Chaplin. O que nem todos sabem é da tragetoria, com todas as dificuldades até chegar ao sucesso, e todas as polemicas após isso.

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