domingo, 17 de setembro de 2017

Livro: A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS - Markus Zusak

Já de cara eu gostaria de pedir permissão para dizer algo pessoal. Fazia bastante tempo que eu não me sentia com tantas emoções ao acabar um livro. Que experiência maravilhosa, meus amigos.


Resenha Último Ato!

  • Título original: The Book Thief
  • Autor: Markus Zusak
  • Editora: Intrínseca
  • 480 páginas - 2ª Edição, 2010

Sinopse:
Entre 1939 e 1943, Liesel Meminger encontrou a Morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a própria, de tão impressionada, decidisse nos contar sua história, em 'A Menina que Roubava Livros', livro há mais de um ano na lista dos mais vendidos do 'The New York Times'.
Desde o início da vida de Liesel na rua Himmel, numa área pobre de Molching, cidade próxima a Munique, ela precisou achar formas de se convencer do sentido da sua existência. Horas depois de ver seu irmão morrer no colo da mãe, a menina foi largada para sempre aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann, um pintor desempregado e uma dona de casa rabugenta. Ao entrar na nova casa, trazia escondido na mala um livro, 'O Manual do Coveiro'. Num momento de distração, o rapaz que enterrara seu irmão o deixara cair na neve. Foi o primeiro de vários livros que Liesel roubaria ao longo dos quatro anos seguintes.

E foram estes livros que nortearam a vida de Liesel naquele tempo, quando a Alemanha era transformada diariamente pela guerra, dando trabalho dobrado à Morte. O gosto de rouba-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito. E as palavras que Liesel encontrou em suas páginas e destacou delas seriam mais tarde aplicadas ao contexto a sua própria vida, sempre com a assistência de Hans, acordeonista amador e amável, e Max Vanderburg, o judeu do porão, o amigo quase invisível de quem ela prometera jamais falar.

Que história, que história. Vamos lá.

Liesel Meminger foi entregue para pais de criação logo após enfrentar uma viagem horrível onde viu seu irmão morrer e sua mãe ir embora. Os tempos já não eram dos mais prósperos na Alemanha, e mesmo tão nova ela já havia presenciado a morte. Quando enterrava seu irmão, no meio de um dia completamente branco por causa da neve, Liesel viu um pequeno livro cair do bolso do coveiro, e sem que ninguém percebesse, o tomou para si. Ela não sabia ler ainda, mas o valor do livro era de lembranças. Lembranças do irmão que para sempre teria seis anos e do último dia que passou com sua mãe biológica. E este foi o primeiro de seus furtos de livros.

Durante o livro vamos conhecendo personagens dos mais diversos tipos. Rudy, o garoto apaixonado por Liesel, seu papai e mamãe de criação - e suas personalidades opostas. Max, o judeu, as freiras da escola... E a morte. A morte que podemos dizer que é o ponto chave no livro. Ela tudo vê e sempre está no lugar certo, na hora certa. E é bom prestar atenção nela.
Quando a morte conta uma história, você deve parar para ler.

Markus Zusak. Imagem: Pensador.
O livro não tem pressa, ao mesmo tempo que parece ir rápido demais - e essa parte eu assumo que a culpa foi minha. A nossa narradora não se preocupa em fazer mistério, ela dá "spoilers" no próprio livro, mas o incrível é que ela continua contando a história como se nada tivesse acontecido. Sabe o mais incrível ainda? Não dá pra parar, definitivamente. A gente quer saber como tudo chegou àquele ponto. A gente quer saber até onde vai parar.

Liesel usa as palavras como "consolo" por aqueles tempos difíceis, e isso me lembrou bastante Anne Frank. O livro deixa claro o poder dessas palavras - quem seria Hitler sem elas?

Temos também marcos históricos que nos deixa sabendo exatamente onde estamos no tempo e espaço. As olimpíadas de 1936 a qual Hitler se recusou a tocar a mão de Jesse Owens, a queima de livros no aniversário dele, os bombardeios, holocausto, destruição.

Posso e devo ressaltar que é de fato o primeiro livro de ficção que me emocionou a ponto de me fazer chorar. Não sei apontar exatamente um motivo pra isso, talvez fosse o apego emocional não só à Liesel como a todos a seu redor, talvez seja a narradora, com sua forma poética e implacável, com seu jeito de explicar histórias... Enfim. Eu queria que o livro continuasse, tanto que agora estou em um enorme bloqueio. Eu só quero viver com Liesel mais um pouquinho.

Imagem: Goodreads
Eu ganhei esse livro de presente de aniversário em 2013, e "só levei quatro anos" pra tomar vergonha na cara para pegá-lo para ler. Mas é bom, aliás é infinitamente bom ter a sensação de que eu devia ter feito isso antes. É bom principalmente porque isso prova o quão boa a obra é.

Gostaria de descrever cada sentimento que tive e estou tendo depois de ter fechado o livro pela última vez. O livro que me fez ler de pé no ponto de ônibus e perder de fato o ônibus que eu precisava pegar. O livro que me fez virar a noite lendo, e que só parei porque me obriguei a deixá-lo de lado.

Max dá a Liesel um presente de aniversário que para mim vale mais do que qualquer outra coisa no mundo. Ele nada tinha, entretanto, deu o que podia dentro de sua mais simples e delicada intenção. Hans, o pai de criação de Liesel é outro personagem maravilhoso, que também amo de paixão, mas se eu pudesse descrever o que Max significou para mim, eu certamente gastaria mais páginas que deveria.

A Menina Que Roubava Livros é certamente um livro que vou ler e reler sempre que puder (e que não puder também). Entrou definitivamente para a lista de livros favoritos e eu quero levá-lo para a vida. Me arrependo de não tê-lo lido antes, e estou feliz por me arrepender disso.

Espero que gostem da leitura, e quem já leu, espero que releiam. Nos vemos no próximo post!

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