quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Livro: GAROTO ENCONTRA GAROTO - David Levithan

Quem disse que eu não leio romances fofos? (Ok, eu não leio geralmente, mas quando vi a sinopse desse, fiquei bem curiosa). Vamos falar hoje de um livro que, podemos assim dizer, fala do amor em todas as suas formas?









Título original: Boy Meets Boy
Autor: David Levithan
Editora: Galera Record
240 páginas - 4ª Edição








Sinopse:
Paul estuda em uma escola nada convencional. Líderes de torcida andam de moto, a rainha do baile é uma quarterback drag-queen, e a aliança entre gays e héteros ajudou os garotos héteros a aprenderem a dançar. Paul conhece Noah, o cara dos seus sonhos, mas estraga tudo de forma espetacular. E agora precisa vencer alguns desafios antes de reconquistá-lo: ajudar seu melhor amigo a lidar com os pais ultra religiosos que desaprovam sua orientação sexual, lidar com o fato de a sua melhor amiga estar namorando o maior babaca da escola e, enfim, acreditar no amor o bastante para recuperar Noah.
Primeiramente devo dizer que acho que nunca mais na minha vida consigo uma promoção tão incrível. (Eu não, para dar os créditos certos, minha mãe que conseguiu essa promoção). Não sei como, mas um box com três livros de David Levithan (Garoto Encontra Garoto, Will e Will e Dois Garotos se Beijando) saiu por meros 15 reais. 

Mas vamos à história do livro. Eu iria começar a resenha dizendo que queria ler algo relacionado ao tema LGBT, porque não conhecia. Porém, parando um pouquinho e relembrando de alguns livros que já li, acabei notando que já havia sim lido bastante coisa do estilo. Como poderia esquecer? Um dos meus livros favoritos, que inclusive foi o primeiro a ser resenhado aqui possui um personagem homossexual, lindo de morrer. (Estou falando de O Pacifista, clique aqui e leia a resenha dele).

Paul, nosso personagem principal, sabe que é diferente dos demais, e não se sente mal por isso. Pelo contrário, ele possui uma família que sempre o apoiou, de toda e qualquer forma, e que sempre deu abertura para que ele fosse quem desejasse ser. Ele inclusive mora em uma cidade dos sonhos: onde todo mundo está, como podemos dizer, "cada um no seu quadrado", não se importando com a vida dos outros, e se o fizer, guarda para eles. É isso, uma cidade de tolerância de respeito.

Eu fingindo que sei tirar fotos legais.jpg
O livro é narrado em primeira pessoa (por Paul), onde podemos conhecer aos poucos mais sobre ele. Em um passeio com os amigos mais chegados, Paul conhece Noah e acaba tendo aquele momento de "amor à primeira vista". Parece clichê? Sim. a história toda parece, se analisarmos (adolescentes se apaixonando, vivendo conflitos, aprendendo com os erros), mas não é apenas isso.

Acontece que antes de conhecer Noah, Paul havia acabado de sair de um relacionamento que acabou sem muita justificativa, sem explicação. Seu ex havia se distanciado e ficado estranho depois disso, mas acaba que nem tudo ia dar completamente certo, não é?

Kyle (este ex de Paul) acaba ressurgindo (das cinzas hahaha parei) querendo reviver os momentos em que estavam juntos, começando a quase que perseguir Paul... Até que nosso querido personagem principal pisa na bola e "perde" Noah.

E é amiga namorando o ex de Infinite Darlene (que falarei sobre ela agorinha), amigo com medo de se assumir homossexual para os pais que são extremamente religiosos, Paul tentando reconquistar Noah... Enfim, tudo vira uma bela de uma bagunça.

Mencionando religião, David fala sobre o assunto sem apontar dedo na cara de ninguém, sem julgar, criticar, sem juízo de valor. Ele pega um conceito, uma teoria e a explica, simples e direto assim.


Falei anteriormente sobre Infinite Darlene e embora temos vários personagens incríveis no livro, eu queria frisar um pouco a participação dessa figura sensacional na história. Ela é uma transexual de 1,90m, quarterback do time de futebol americano na escola e simplesmente incrível. Temos um capítulo especial dedicado a ela (mais que merecido). Às vezes ela é o alivio cômico da história. Vale super a pena conhecer.

David não cria estereótipos, ele mostra a vida como ela é para a gente. (Há uma crítica sobre a última afirmação, que falarei sobre logo mais), é uma história para se "quebrar tabus", para olhar com outros olhos a nossa realidade e nos perguntarmos quais semelhanças e quais diferenças existem no que a gente está vivendo e no que poderia estar vivendo, e isso leva à critica que mencionei.

Um ponto questionado sobre a história é o fato da escola ser diferente, da comunidade em que vivem ser diferente, serem ambas bem abertas, bem respeitosas, receptivas e tolerantes. Já cheguei a ouvir dizerem que isso faz do livro algo meio vago, como por exemplo: como David acha que poderemos ler algo em que claramente a realidade vivida ali não é a vivida aqui fora?

A pergunta que eu faço é: por que não? Claramente - e está estampado na nossa cara - que o mundo não é tolerante e há sim muito preconceito e muitos conceitos maldosos a serem quebrados e repensados. Mas por que seria tão absurdo ler um livro em que uma realidade proposta é diferente da nossa? Seria sensacional viver em um local onde cada um se preocupa com o seu, com sua vida e se não está de acordo com a do outro, pelo menos não toma o lugar dele e o direito dele de se expressar. Não quer dizer que para chegar neste resultado, por ser com uma caminhada longa e árdua, devemos desistir, cruzar os braços e falar: ah, David viajou demais ao escrever esse livro.

Não estou dizendo que quem criticou simplesmente tem essa opinião. Estou questionando o fato de que não se precisa ser tudo como se é agora para ter uma leitura prazerosa. Afinal, não assisto Supernatural e saio na rua com sal na bolsa com medo de que Crowley apareça a qualquer momento. (Se é que me entendem nessa comparação bem nada a ver).

David Levithan.
Então, para finalizar a resenha que já está ficando bem grandinha (haha desculpem) eu recomendo o livro do David, de verdade mesmo. É um livro super curtinho, que se você tiver uma tarde livre consegue ler rapidinho. Se não gosta de romances LGBT, não leia. Se gosta ou tem curiosidade, vai adorar essa coisinha mais linda de história.

Pretendo (claro) ler os outros dois que vieram nesse box lindo. Assim que lê-los, trago a resenha para vocês!


Citações

"Parte de amar é deixar a pessoa ser quem ela quer ser." Pág. 181
"Se não houver sentimento de medo, não vai haver necessidade de coragem." Pág. 185
"Talvez a timidez é o motivo para o cupido precisar de flechas." Pág. 231


Nos vemos no próximo post, amores!


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