domingo, 17 de abril de 2016

Filme: LUZES DA RIBALTA - Charles Chaplin

Ontem, dia 16 de Abril, foi aniversário de um ícone sem igual do cinema. Charles Spencer Chaplin nasceu 16 de Abril de 1889 e deixou um legado imenso que até hoje pode ser visto e admirado pelos fãs de cinema.

Vocês que acompanham o Último Ato sabem que eu adoro de paixão esse diretor, compositor, editor, escritor, esse cineasta completo. E para celebrar esses 127 anos de história, hoje vou falar de um filme dele, Luzes da Ribalta!







Título: Luzes da Ribalta
Título original: Limelight
Ano: 1952
Duração: 149min
Direção: Charles Chaplin
Gênero: Comédia, drama.








Inicialmente eu gostaria de falar da sinopse do filme, sem minha percepção sobre o conteúdo, bem imparcial. O filme se passa na Londres de 1914, ano esse que Chaplin havia lançado seus primeiros filmes pela Keystone de Mack Sennet. Calvero (Chaplin) era um palhaço de teatro famoso, que agora está entregue à bebida, que segundo ele é o motivo de lhe acharem engraçado naquele momento da vida.


Calvero chega na uma noite pensão onde mora bêbado, e acaba salvando do suicídio uma bailarina, Thereza (Claire Bloom). Ele se afeiçoa por ela e se dispõe a ajudá-la até que recupere a saúde, não só física, mas também a saúde psicológica, já que o amor próprio dela parecia muito abalado.

Muitas situações complicadas acontecem, a dificuldade de Calvero se manter nos palcos, o interesse de Thereza em ajudá-lo, recompensando tudo aquilo que ele havia feito anteriormente por ela. Ela decide até casar-se com ele, apesar da diferença de idade.



Agora, vamos falar sobre o filme em si e minhas considerações. Limelight é um filme de drama, que tem cenas de comédias leves que são verdadeiros alívios cômicos. É inclusive uma sessão de aprendizagem, já que em uma parte do filme - quando o médico visita Thereza - é mencionada a histeria feminina, teoria Freudiana, inclusive o próprio psicanalista é mencionado nessa cena. Calvero faz por si uma sessão terapêutica curta com Terry, perguntando sobre sua infância, sobre traumas e essas coisas, e é gratificante demais poder assistir a isso.

Temos o presente maravilhoso de ver números solo de Chaplin, cantando, interpretando e dançando. Ele também dá um show com Claire Bloom em uma dessas cenas, nos transportando diretamente para os teatros. Sem contar uma cena maravilhosa de ballet - sou suspeita para falar dessa dança, já que sou apaixonada por ela - e o melhor, ah, a trilha sonora. Também composta por Charlie e tão linda que me emociono com ela já na abertura do filme.

Outro momento sensacional que podemos ver no filme é a presença de Buster Keaton, o que a galera dizia ter uma "briga" com o próprio Chaplin. Isso nos mostrou que aquela rivalidade anterior era só dos personagens no cinema mudo, e nada mais. Assim como as cenas solos de Chaplin que nos levam direto para o teatro, essa também consegue perfeitamente isso.

Buster Keaton e Charlie. Imagem: Pinterest.
É infinitamente gratificante para mim assistir uma obra de Chaplin. Minha admiração por esse artista completo ultrapassa barreiras e ver uma obra tão cheia de emoção e diálogos maravilhosos como Limelight tem é lindo.

Embora esse filme se passe em Londres, foi inteiramente gravado em Hollywood, nos estúdios de Chaplin e em algumas outras locações. A maioria do elenco tinha sotaque britânico, inclusive.

Há quem diga que a história tem um caráter biográfico tratando-se da vida do pai de Chaplin, mas ele mesmo negou, dizendo que era sobre Frank Tierney. Outra história também envolve Edna Purviance, a atriz principal de Charlie em muitos filmes no começo de carreira - quem ele inclusive manteve na folha de pagamento até sua morte - dizendo que ela fez parte desse filme, um papel curto. Não sei bem o que dizer sobre isso, já que a personagem que ela supostamente fez passa muito rápido na tela e na mesma quantidade que as pessoas dizem que ela participou, outras dizem que ela sequer esteve lá.

Uma curiosidade é que filhos de Chaplin participaram desse filme: Geraldine Chaplin, Josephine, Charles Chaplin Jr. e Michael Chaplin.

ESSE-SORRISO <3 Imagem: Tumblr
É um filme longo sim, mas cada parte, cada cena o sustenta muito bem. Eu preciso dizer que na primeira vez que o assisti, fiquei uma semana inteira sentindo os efeitos daquele final. Fiquei ainda brava com Chaplin (sério hahahaha) pelo final.

Talvez seja um dos grandes motivos para eu amar os clássicos, os antigos. Não adianta a gente esperar flores em todas as partes do filme, porque não será assim. Não são romances melados e cheios de "mimimi", claro que existem esses também, mas acho que dá pra entender.

Limelight teve sua estreia em Los Angeles adiada por muito tempo, devido ainda aquele momento absurdo onde perseguiam Chaplin por dizer que ele possuía ligações comunistas. Ele foi totalmente injustiçado e perseguido a vida quase toda, mas por fim acabou homenageado pela Academia, recebendo um Oscar honorário em 1972 - e como cereja do bolo, levando dez minutos de aplausos quando foi receber o prêmio. Um pouco tarde para que essa homenagem fosse feita, mas pelo menos ela chegou.

Esse foi o último filme de Chaplin nos EUA e o antepenúltimo de sua carreira. Depois dele fez A King in New York de 1957 (e não foi lançado nos Estados Unidos até 1973) e A Countess from Hong Kong de 1967, tendo nesse último feito apenas uma participação especial.

Imagem: Tumblr.
E esse foi o especial de hoje, para falar um pouco sobre uma das dezenas de obras de Chaplin. Ele foi um pouco de tudo, um artista completo. É maravilhoso poder ainda hoje presenciar e poder prestigiar as obras desse ser humano sensacional.

Recomendo demais esse filme, é muito bonito e revoltante ao mesmo tempo hahaha mas não há como se arrepender. Se gosta de um bom drama, esse é para você!

Nos vemos no próximo post, amores!

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